Enraizado na cultura popular devido ao cinema e às séries médicas da televisão, este procedimento médico já pode ser feito por leigos com um treinamento básico. Conheça os tipos de desfibrilador.
O que é?
Consiste em emitir uma carga de energia elétrica para o coração do paciente por meio de um aparelho chamado desfibrilador. Essa medida de emergência visa reanimar indivíduos acometidos por arritmias (distúrbios no ritmo dos batimentos) que originam uma parada cardíaca, como fibrilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso.
![]() |
Texto: Diego Pontes / Foto: Reprodução / Adaptação: Ana Paula Ferreira |
O efeito do choque
A desfibrilação é semelhante ao ato de apertar o botão reset de um computador: o choque faz com que as células que estão caminhando de maneira desordenada voltem ao seu estado elétrico inicial. Dessa forma, o órgão volta a bombear sangue para as demais partes do corpo.Cuidados especiais
As pás do desfibrilador devem ser lubrificadas com um gel especial para facilitar a condução de eletricidade e para evitar queimaduras no tórax do paciente. O médico também deve manter distância de outras pessoas na hora de fazer a desfibrilação, pois a carga do próprio aparelho pode gerar uma fibrilação ventricular.Como é feito o procedimento?
O médico pressiona as placas no tórax do paciente de modo a formar uma linha que cruza o coração: a pá que se encontra na mão direita fica na parte lateral inferior esquerda do tórax, enquanto que a pá esquerda é situada na porção superior. Este cuidado é necessário para que a eletricidade atinja todo o órgão vital. Na sequência, o choque é aplicado: a voltagem é regulada conforme o peso e tamanho da vítima (normalmente, a potência empregada varia entre 100 e 300 joules). Ao contrário do que é mostrado nos filmes, o paciente não pula quando reanimado, mas apresenta uma contração muscular no peitoral. Caso a fibrilação seja corrigida, o médico avalia se o indivíduo está consciente e se precisa de fornecimento de oxigênio. Se a desfibrilação não funcionar, a equipe de emergência deve providenciar uma massagem cardíaca para fazer com que o sangue continue a ser bombeado para o cérebro enquanto o próximo choque é preparado.de desfibrilador
Desfibrilador externo manual: Disponível em hospitais, prontos-socorros e UTIs, o aparelho só pode ser utilizado por médicos e enfermeiros treinados. Conforme sua análise do quadro do paciente, o operador decide a intensidade do choque que será aplicado.
Cardiodesfibrilador implatável (CDI): É acoplado junto a um marca-passo abaixo da pele. Caso o paciente tenha uma arritmia, ele a identifica e emite um pulso elétrico para corrigi-la. Custa, em média, R$ 60 mil e tem uma vida útil de 5 a 6 anos, pois perde energia a cada choque. O Sistema Único de Saúde (SUS) já oferece este serviço.

FONTE: Revista VIVA SAÚDE edição 116