REPORTAGEM DE :
Kamila Almeida
Preto já está velho. Tem o olhar cabisbaixo, o andar arrastado. Dos dentes
caninos, restou-lhe apenas um. Com seu lombo comprido e gordo, vagou por um
tempo na ruas de Imbé, no Litoral Norte, depois que o dono fechou o comércio e
foi embora.
Assim que os olhos verdes de Claudete Santos Mendes, 59 anos, avistaram a
amargura do cão, recolheu-o para sua casa. Lá se vão quatro verões. O cachorro
não tem raça definida, embora pareça muito com labrador. Toda a sua
determinação, no entanto, está na forma como escolhe o seu dono. Dizem que
cachorro elege apenas um para chamar de seu. Com Preto não foi assim. Tem
adoração pela mulher que lhe deu um teto, mas escolheu se doar a três militares:
os soldados Gustavo Cabeleira, 24 anos, e Ricardo Simas da Silveira, 34 anos, e
o sargento Juares Matias, 45 anos.
Além de serem salva-vidas, os três guardam em comum um imenso amor pelos
pets. Habituados a se hospedarem na casa de Claudete, os profissionais costumam
dizer que não foram eles que escolheram Preto, mas, sim, o contrário.
É que desde a adoção, o bicho tira serviço na Operação Golfinho. Sai de casa
minutos antes das 8h30min e só volta a descansar no final da tarde, quando o
trio para de zelar pela diversão dos banhistas.
Mas nem sempre Preto vai sozinho. Tem Branca como companheira, uma cadela
sapeca que se contorce por um carinho na barriga.
A rotina durante a temporada é seguida à risca e nem o mau tempo é capaz de
deixar o cachorro em casa. Preto já calcula o horário que os amigos saem. Antes
que despontem na porta, monta guarda no portão. Com andar cansado, acompanha o
grupo por duas quadras até a guarita 136 na beira-mar. Só não balança o rabo
porque não o tem.
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http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2013/01/a-historia-do-cao-que-acompanha-tres-salva-vidas-ate-o-trabalho-em-imbe-4022069.html